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Campanha Junho Vermelho tem o objetivo de alertar para a importância de fazer a doação 

Pelo sexto ano consecutivo o Ministério da Saúde promove o Junho Vermelho, mês de conscientização da importância e do caráter solidário da doação de sangue. O Brasil tem em torno de 3,5 milhões de doadores regulares, mas isso ainda pode melhorar bastante! 

O sangue é uma substância singular, ou seja, não se pode substituí-lo por nada da indústria farmacêutica. Alguém que precise de uma cirurgia, que sofra um acidente com lesões mais graves, ou ainda os pacientes de transplantes e enfermidades que levam a perdas ou distúrbios sanguíneos, dependem única e exclusivamente da doação de sangue. 

Segundo o Ministério da Saúde, menos de 2% dos brasileiros são doadores regulares. Um número dentro dos parâmetros internacionais, mas que deixa o país no limite do esgotamento de estoques.  A Organização Mundial da Saúde considera ideal ter uma taxa de 3,5% da população como doadores para se ter um “banco de sangue saudável”.

Ao doar uma bolsa de sangue, com 450 mililitros, uma pessoa pode salvar até 4 vidas. Dali se retiram o próprio sangue, as hemácias, plaquetas e plasma. Um gesto de solidariedade que leva aproximadamente uma hora, sem qualquer risco à saúde, e o organismo começa a reposição em 24 horas

Por que precisamos incentivar a doação de sangue? 

Infelizmente, ainda hoje o brasileiro não tem a cultura de dividir uma pequena parcela de seu sangue para alguém que depende dessa generosidade para continuar vivo. Para muitos há vários fatores que o impedem. 

O principal deles, talvez seja o fato de nosso país ter um privilégio de jamais ter enfrentado uma guerra ou uma catástrofe com expressivo número de feridos. Uma circunstância agravada ainda por mitos, como: “quem doa sangue uma vez não pode parar de doar”, “o sangue do doador fica muito fino e quase vira água”, “a doação faz o sangue engrossar e entupir as veias”, “quem doa sangue pode contrair doenças”, etc.

Um desserviço que obriga importantes centros de coleta de sangue, como a Fundação Pró-Sangue de São Paulo, a alertar sobre a situação desesperadora de seus estoques. 

No início de maio, a Pró-Sangue já se preparava para iniciar a suspensão de cirurgias. Havia apenas 34% dos estoques necessários para atender a demanda de mais de cem instituições de saúde pública. Entre elas o Incor e o Hospital das Clínicas da FMUSP. 

Por isso, para evitar um colapso de consequências cruéis, foi instituído em 2015 e estendido para todo o país pelo Ministério da Saúde, o Junho Vermelho,  campanha de conscientização da importância da doação de sangue. 

A escolha do mês está relacionada com o Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado em 14 de junho. O objetivo da campanha é derrubar mitos e mostrar a extensão do benefício de doar sangue. 

Doação de sangue: doe por amor, antes de doar pela dor! 

Os primeiros bancos de sangue do mundo surgiram sob a 2ª Guerra Mundial. Aqui, no Brasil, a doação de sangue já foi remunerada. Uma prática questionável sob o aspecto moral e que estimulava a exploração de mendigos e alcoólatras, por exemplo, para abastecer um mercado inescrupuloso. 

Isso só começou a ser efetivamente combatido pelo governo com a criação da Comissão Nacional de Hemoterapia, em 1964. E, mais tarde, em 1980, com o Programa Nacional de Sangue e Hemocomponentes (Pró-Sangue). Hoje, a única “recompensa” que se concede ao doador voluntário é um dia de folga a cada 12 meses, garantido pela CLT.

Um dos grandes avanços nesse campo é a mudança do perfil do doador: o número de doações voluntárias superou a de doações vinculadas, que são aquelas em que as pessoas repõem o sangue já destinado a um parente ou amigo. Ou seja, a solidariedade está superando a necessidade. 

E esse é o espírito que pode elevar o patamar do Brasil nesse ranking de estoques de sangue doado. O ideal é que as pessoas doem sangue para ajudar alguém, sem saber quem, sem precisar ter um familiar ou ente querido internado necessitando de sangue.


De acordo com o Ministério da Saúde:

  • 46,7% das doações de sangue são de reposição (vinculada), para atender à necessidade de um paciente; 
  • 53,2% correspondem à doação espontânea, sem que o doador identifique o nome de um possível receptor. 

Quando à periodicidade das doações no Brasil:

  • 38% correspondem às pessoas que doam pela primeira vez;
  • 45% são doações de repetição, cujo doador realiza duas ou mais vezes no período de 12 meses;
  • As doações esporádicas, com intervalo superior a 12 meses, estão em 16,9%.

Junho Vermelho: saiba onde e como você pode doar sangue! 

A pandemia foi um duro golpe contra os bancos de sangue. Estima-se que o medo de exposição ao coronavírus responda por uma queda entre 15% e 20% nas doações. Por isso, esse é o momento de unirmos esforços para não deixar faltar o sangue para quem mais precisa. E doar é muito simples, saiba como!

  • O Brasil tem 32 hemocentros públicos, pelo menos um em cada estado – veja aqui a lista do Ministério da Saúde. Nos respectivos sites ou telefones, pode-se obter todas as informações para ser um doador. 
  • Outra fonte de dados é o aplicativo Hemovida, um sistema de gerenciamento em serviços de hemoterapia vinculado ao governo. 
  • E mais: existe um serviço de coletas externas destinado a empresas, universidades ou comunidades interessadas. 

Então, por que não fazer parte dessa cruzada de solidariedade em sua empresa? Estimular a generosidade e a empatia nesse momento de grandes incertezas sobre o destino do mundo, é essencial. O slogan é antigo, famoso, mas assertivo “doar sangue salva vidas”. 

Vamos fazer a diferença, estendendo os braços neste Junho Vermelho?

Por: Bentec Consultoria

Fotos/ Créditos: Envato

O material pode ser reproduzido, desde que citado fonte.